[RP] Todo conhecimento é necessário

Uma manhã comum, solitariamente tomando meu café matinal seguido de um bom livro. Ao menos era o que eu pensava segundos antes de adentrar a biblioteca de minha casa. Esbarrar em uma pasta fez-me espontaneamente corar as maçãs de meu rosto vendo o que minha distração levou-me a derrubar — a figura de um genital masculino. Esse curioso exemplar não estava só, junto encontravam-se o que ao meu ver são anotações escritas a próprio punho.

Passando alguns segundos analisando os apontamentos, pude constatar tratarem-se de alguns estudos sobre o corpo humano. Mas a linguagem extremamente técnica empregada me impediu de entender com clareza os dizeres. Intrigada com o conhecimento que poderia estar segurando, fui acometida por uma insana vontade de embarcar nessa aventura.

Decidida, começo a indagar-me onde encontrarei as respostas para decifrar o que pra mim ainda são enigmas. Afinal, quem ou o que pode me ajudar nisso? Não seria muito difícil chegar a resposta para a pergunta anterior. O lugar e pessoas mais qualificadas para me ajudarem com conhecimentos anatômicos encontram-se reunidas em um ponto chave: o hospital.


Trajada com roupas simples do cotidiano de uma garota — um blusão de moletom branco, uma saia rodada de cós alto cor de rosa, e calçando uma sapatilha preta junto a uma meia branca —, carregando aquela pasta cheguei ao local mencionado. Com certa cautela adentrei o edifício, usando de passos leves e ponderados para chegar a um responsável. Talvez um funcionário, quiçá um médico. Um olhar, resguardado pela candura instintivamente avermelhada em meu semblante, seria expressado ao primeiro ato de minha fala:

— O-olá. — Um gaguejar inevitavelmente revelando meu jeito meio atrapalhado de se portar com estranhos. — Sou Haru, e gostaria de uma ajuda. — A certa dificuldade de minha fala seria superada ao erguer a famigerada pasta com as duas mãos em direção a pessoa. — Por acaso, consegue entender essas anotações?

Considerações:

Haru HP: 10 | CH: 11 | ST: 05

A recepcionista, extremamente simpática, recebeu-me de bom grado indicando um garoto para me auxiliar com a papelada. Ken, um menino aparentemente despojado e talvez um pouco mais velho, apresentou-se revelando em seu sobrenome uma identidade em comum — somos membros do mesmo clã.

— P-prazer, sou Haru. — A princípio calei-me quanto a informação acima, fico meio encabulada em pensar na sorte de perguntas que uma notícia dessas poderia acarretar. Apenas o segui, aceitando de bom grado sua disponibilidade em me ajudar com os estudos. — Obrigada. — Sorri.

Acompanhar Ken levou-me a uma modesta sala, cuja possuía um pequeno sofá e escrivaninhas. O garoto perguntou-me a respeito dos papéis, logo após deixar sua mochila sobre um dos móveis. Acomodei-me no sofá e estendi a pasta em sua direção. Algumas explicações seriam dadas. Os conhecimentos de Ken desabrochavam um brilho intenso em meus olhos, o purpúreo natural se desvencilhava a medida que conseguia absorver os ensinamentos.

Primeiramente, os conhecimentos a cerca do corpo humano segregam-se em uma série de sistemas, dos quais estava tendo a oportunidade de aprender três, devido ao tempo que me era disponível. Nesse momento, percebia uma facilidade para encaixar as informações em minha cabeça, quase como uma aptidão para essa área de aprendizado. Intrigante.

— O sistema esquelético dá forma e sustenta todo o corpo humano... — Pensei em voz alta. — Além de proteger os órgãos internos e desempenhar papel fundamental na movimentação do corpo... — Continuava a leitura com o auxílio de Ken. Prestando bastante atenção nos detalhes das informação, por exemplo a quantidade total de ossos do esqueleto humano.

— O muscular estabiliza e ajuda a sustentar todo o nosso corpo, juntamente com o sistema esquelético. Também ajuda a regular a temperatura corporal e auxilia o fluxo sanguíneo.— Sentia-me mais confiante a medida que progredia com os ensinamentos. Certamente estava sendo fácil e divertido ao mesmo tempo. E claro, continuava a me atentar as minúcias.

— O sistema nervoso, um dos mais complexos, divide-se entre central e periférico...— Um dos mais fascinantes, em minha opinião, provavelmente por conta de sua complexidade. O sistema nervoso central constitui-se de encéfalo e medula espinhal, e sistema nervoso periférico de nervos cranianos e raquidianos. — Esse sistema é responsável pela captação, interpretação e respostas às mensagens recebidas.

A aula progredia-se a passos largos, enquanto Ken auxiliava-me. Conforme ia, o garoto puxou sua camisa revelando a musculatura de seu abdômen. A minha resposta imediata não poderia ser outra — bochechas coradas ao máximo e meus olhos procurando não olhar diretamente. Porém, inevitavelmente, reparei nos músculos levemente definidos dele, e por um instante peguei-me sentindo algo diferente. Suspirei, vendo que o garoto acanhava-se ao chegar naquela figura que ocasionou a mudança radical do meu dia.

— É-é?— Minha timidez restringia minha fala, não sabia muito bem como me comportar em resposta as atitudes do garoto. Uma de minhas mãos pairava sobre a barra de minha saia, repuxando-a entre meus dedos, devido ao nervosismo revelando um leve suor sobre a pele alva de minhas coxas. Um ato repentino de inibir minha vergonha levava-me a ligeiramente abaixar minha cabeça, permitindo algumas mechas do meu cabelo escorrerem por entre meus ombros e destacarem-se sobre o branco da blusa.

Considerações:

Haru HP: 10 | CH: 11 | ST: 05

Demonstrando-se igualmente envergonhado, Ken fez um convite para mostrar-me algo interessante. Ergui a cabeça olhando para o garoto pensando o que poderia ser. Certamente meu olhar foi acometido novamente por aquele brilho intenso, o que desprende-se quando me encontro prestes a conhecer algo novo.

— Claro! — Afirmei aceitando o convite de Ken. E conforme deixávamos a sala percebi o cavalheirismo dele ao ajudar-me com meus pertences. Passando um semblante gentil, fitei os olhos do garoto dizendo: — Obrigada.


Atravessávamos os corredores do Hospital, e em atitude muito curiosa pegava-me observando os ambientes: salas grandes, quartos, até mesmo a figura de algumas pessoas repousando em macas e afins. Estava bastante entretida com o passeio, até que as palavras de Ken recobraram-me do real intuito de estar ali. Apesar de que, sua pergunta, era algo extra a visita.

— Ambos... Antes eu não pensava muito nesses assuntos, mas depois de alguns acontecimentos em minha vida, encontro-me bastante determinada em tornar-me uma médica. — Fui sincera. De fato, antes do Exame Chunin eu não pensava muito no meu Clã, nem mesmo na carreira que tenho vontade de seguir. Apenas com o primeiro contato com Hōki Minari, naquela tenda do festival, que passei a pensar mais sobre; após isso, uma séria de acontecimentos se sucederam até eu chegar a conclusão: sim, quero tornar-me uma iryo-nin.

Minutos depois, Ken novamente dirigiu-se a mim com uma pergunta, e desta vez senti uma mistura de lisonjeamento com encabulação. — O-obrigada. Somos do mesmo Clã. Hōki... — O agradecimento seguia da resposta a pergunta de fato, o que me dava uma dose a mais de vergonha; pois é claro que trazer uma informação que havia omitido anteriormente traria-me um certo desconforto. Embora sentisse-me desa forma, o garoto também parecia distante em seu nervosismo. Por que ele estaria agindo dessa forma?


Pareceu termos chegado ao ponto do convite: uma sala enorme, e nela haviam alguns enfermos recebendo cuidados. Guiada pela experiência adquirida no Exame, presumo tratar-se de uma ala de primeiros socorros e emergências.

Continuei seguindo Ken, e em alguns passos nos aproximamos de um dos médicos que estava realizando um tratamento. O garoto forneceu-me mais alguns conhecimentos, os quais prestei bastante atenção, apesar de não deixar de admirar as técnicas utilizadas pelo médico em questão no tratamento que estava presenciando. Após algumas explicações sobre o uso de chakra medicinal, o garoto veio a mim com outro convite, esse que por sua vez pareceu extremamente especial.

— Com certeza! — O purpúreo em meus olhos tornava-se radiante respondendo Ken. — Mas você que irá executar a técnica? — Questionava ao perceber os outros médicos já ocupados. Se realmente o garoto tivesse tal habilidade, confesso que sentiria-me ainda mais deslumbrada por ele, por conta dos seus conhecimentos e do que estaria proporcionando a mim.

Considerações:

Haru HP: 10 | CH: 11 | ST: 05

Ken agraciou-me com a feliz notícia que estava esperando: o garoto sabia usar o jutsu medicinal. Admito estar encantada, afinal, estava recebendo os conhecimentos de alguém que parece de fato não só entender mas também faz parte do meio. Junto a alguns selos de mão, Ken energizou suas mãos guiando-as em direção ao meu antebraço; puxei as mangas de meu moletom para experimentar da técnica. A sensação do chakra é suave, e traz consigo uma ternura única. Em seguida, Ken surpreendeu-me levando uma de suas mãos ao meu rosto e prosseguindo com algumas explicações — as quais confirmavam o que eu estava sentindo.

— Si-sim. — Respondi meio encabulada, quase escondendo-me na vermelhidão das minhas bochechas no momento, fitando o olhar do garoto.

Sem perder tempo e provavelmente preparando outra surpresa, o talentoso Hōki puxou-me para um canto mais afastado. Um quarto, um dos leitos que no momento estava desocupado. A chegada seguiu-se de um pedido meio diferente do garoto. Estava muito envergonhada em fazê-lo, porém provavelmente Ken gostaria de me ensinar mais alguma coisa. Sem conseguir resistir minha vontade de aprender, virei de costas para ele e comecei a levantar minha blusa.

A ação revelava minhas costas tão alvas quanto minhas coxas naquele momento. Retirada, coloquei a peça de roupa sobre um dos móveis. Usei ambos os braços sobre a minha frente, assemelhando-se ao ato de abraçar a si mesmo. Inclinaria um pouco minha cabeça para que meu cabelo saísse de minhas costas, posteriormente auxiliando com uma de minhas mãos, até deixa-lo de lado passando os fios para frente por cima de meu ombro.

O primeiro toque de Ken levou-me involuntariamente a suspirar, como um leve gemido de dor. As mãos do Hōki percorriam minhas costas, como também minhas costelas, estava sendo tão relaxante quanto uma massagem. Apesar de muito envergonhada em ter retirado minha blusa, estava gostando da experiência. O garoto continuava com algumas explicações a respeito da técnica.

— Dor? — Questionei, levando meu semblante — extremamente avermelhado — a uma expressão pensativa, raciocinando o porquê. — Seria por conta do corpo se regenerando?

Considerações:

Haru HP: 10 | CH: 11 | ST: 05

Mais uma vez as palavras do garoto confirmavam meus questionamentos. As mãos de Ken continuavam a percorrer o meu corpo, contornando minhas curvas e arrancando de mim alguns leves suspiros. O que de forma repentina mudou, o jovem sinalizou para eu vestir minha blusa e sairmos logo dali. Sem indagar, trajei o moletom e segui Ken imitando sua cautela ao sair da sala. Eu nem ao menos tentei entender o porquê de estarmos fazendo algo de errado — e se estávamos —, talvez por conta da vergonha e da tensão a que o clima estava nos submetendo.

Passando pelos corredores escutei uma voz familiar, olhei em sua direção e vi aquela recepcionista que me recebeu com muita simpatia. A mulher basicamente estava nos intimando a uma tarefa de voluntariado. Ervas para o hospital é basicamente parte do trabalho dos meus pais, sei o quanto isso pode ajudar o órgão, então nada mais justo que aceitar de bom grado e assim retribuir o favor dos ensinamentos que recebi.

Durante o tempo em que estava sob devaneios, ambos — Ken e a recepcionista — continuavam a conversa. — Hã? A-ah, sim. Claro! — Respondi meio atrapalhada, ainda boba com os acontecimentos do dia, porém sorrindo e indicando receber felizmente a tarefa.

Ken acompanhou-me até a saída, entregando-me uma espécie de apostila, indicando ser bom estudar seu conteúdo. A tarefa seria realizada no dia seguinte. — Obrigada! — Após o agradecimento, fui dando as costas abraçando as papeladas e com um semblante contente. Entretanto, antes que eu completasse os passos para efetivamente sair do local, dei meia volta antes que pudesse perder o garoto de vista e segurei seu pulso. Ainda que com um pouco de dificuldade, daria um singelo beijo em sua bochecha por estar extremamente grata por tudo, inclusive pelo caderno de anotações que ganhei. Depois apenas sairia.


Chegava em casa, já era de tardinha. Correria para o meu quarto, e lá já tomaria um bom banho. Estava fazendo tudo com uma certa pressa, devido a ansiedade de estudar os conteúdos da apostila que me foi entregue.

Concluído todos os preparativos, sentaria sobre a minha cama com o conteúdo no colo. Sem delongas, começaria a leitura. Tratava-se de conhecimentos de Botânica. Fui direto ao índice ver os tópicos que continham para que eu começasse de fato a adquirir o conhecimento. Confesso estar bastante animada.

Considerações:

Haru HP: 10 | CH: 11 | ST: 05

Ainda naquela noite, começava a ler a apostila de Botânica. Por conta da tarefa do dia seguinte tratar-se de uma colheita de ervas, comecei a leitura sobre as plantas. Os conhecimentos abrangiam tópicos de morfologia, classificação, identificação, reprodução, fisiologia e etc. Realmente um apanhado de estudos científicos. Meus olhos, atentos, seguiam as centenas de linhas, gráficos, esquemas e figuras compreendendo cada um dos itens.

Morfologia; estudo que divide as plantas de forma genérica, seguindo raízes, caule, folhas, flores e frutos. Classificações; seguem dois ramos principais: Criptógamas e Fanerógama; que subdividem-se em: Briófitas, Pteridófitas, e Gimnospermas, Angiospermas, respectivamente. Identificação; para identificar a planta é necessário observar se ela é vascular ou avascular – verificar a presença ou não de vasos condutores água e sais minerais e material orgânico; se a planta possui ou não as estruturas para reprodução...

Apesar de estar bastante interessada com os conhecimentos, meu olhar começada a ficar cada vez mais turvo, de forma que acabei por adormecer por cima da apostila.


Acordei logo de manhã cedo, recobrando os conhecimentos da noite anterior. Cai no sono de forma tão repentina que fez o dia anterior parecer ter feito parte de um sonho. Porém sabia da veracidade de todos os fatos. Portanto, não demorei muito para me levantar e realizar minha rotina matinal. Trajando as mesmas vestes do dia anterior seguiria ao Hospital, carregando comigo a apostila dos conhecimentos de botânica para possíveis revisões e estudos na hora.

Enquanto no caminho, daria mais algumas lidas nos assuntos. Saindo um pouco dos conhecimentos mais específicos, haviam também alguns tópicos dando advertências a respeito de como colher de maneira correta e eficiente. Estava com bastante ênfase a parte da proteção. O uso de equipamentos como luvas, chapéu e avental seriam importantes.


Chegando no local marcado para realizar a tarefa da colheita de ervas, poderia avistar Ken, que a partir de um leve sorriso cumprimentou-me já me chamando para o trabalho. — Olá, Ken. Vamos! — Responderia com um ar bastante animado. Então, seguiria os passos do garoto até chegar a uma estufa de interior frio e úmido. Adentrando o recinto, Ken deu-me algumas explicações e mostrou-se parte das plantas que estavam por lá. Admirei os vegetais vislumbrando os conhecimentos de identificação e classificação que havia lido anteriormente.

Ken entregou-me alguns equipamentos de proteção, no mesmo momento identifiquei-os conforme o que foi advertido nas anotações. Protegi-me junto a Ken e agachamos para realizar o primeiro trabalho. Conforme íamos colhendo as ervas naquela estufa, ia recebendo algumas explicações e notas do garoto. Atentamente as ouviria e as acataria no manejo da tarefa.


O trabalho na primeira estufa havia acabado, agora continuaria seguindo Ken para a próxima. Assim que adentrei o local, fui acometida por um ar quente. O ambiente desta estufa, ao contrário da anterior, é quente e seco e posso arriscar dizer que também é um pouco abafado. Apesar do incômodo, seguiria à tarefa.

No momento que já iria agachando perto das plantas, o garoto perguntou-me algo que levou-me a corar minhas bochechas. — Suas roupas? — Questionei, com os lábios levemente trêmulos imaginando a cena. O lugar era realmente quente, sinto o calor que com certeza deve incomodá-lo também. — Tudo bem. — Garotos tem o costume de ficarem sem blusa, é algo considerado normal, então creio que ele não esteja falando de toda a sua vestimenta.

As roupas que eu vestia não ajudavam em nada em relação ao clima dali, muito pelo contrário, o moletom estava me dando uma sensação sufocante naquele calor. Conforme ia manejando os instrumentos de colheita, sentia meu suor começar a escorrer pela minha face, de forma a fazer-me por mais de uma vez passar a mão para limpar. Aquilo já estava começando a me irritar, porém ainda haviam várias ervas para colher. Portanto, cogitei a mesma atitude de Ken.

— Ken, acho que também irei tirar as minhas. Estou com muito calor... Só, por favor, não olhe. — Levantei-me e então comecei a despir-me de minha blusa, retirando o moletom que tanto estava me desgastando; assim revelando um sutiã de cor preta de renda. Amarrei meu cabelo, usando os próprios fios para isso, em um penteado de rabo de cavalo. A essa altura as maçãs de meu rosto dificilmente deixaram a cor avermelhada sem destaque, devido ao nervosismo.

De tal forma, caso me sentisse a vontade o bastante e o calor fosse o suficiente, retiraria também minha saia, ficando somente com as roupas íntimas — das quais a parte de baixo forma conjunto com a parte de cima.

Considerações:

Haru HP: 10 | CH: 11 | ST: 05

Paralelamente a situação em que nos encontrávamos, Ken prosseguia com os ensinamentos a respeito dos conhecimentos de Botânica enquanto executávamos a tarefa. Por minha vez, parte dos conteúdos mencionados pelo garoto eu já havia tomado ciência no dia anterior a partir da apostila ofertada. Portanto, não estava tão atenta aos dizeres do garoto, pelo menos não enquanto suas palavras replicavam o que ainda era fresco em minha mente. Entre alguns momentos eu apenas vagaria em devaneios quaisquer, minhas bochechas nem se encontravam mais com o rubor de antes.

À vista da minha dedicação em realizar a atividade, não havia sequer olhado para trás desde que agachei, apenas navegava naquele aprendizado. Entretanto, em um ato natural e repentino de observar meu instrutor enquanto orientava, vislumbrei uma cena que não imaginava: Ken estava trajando apenas sua roupa íntima. Não poderia fazer nenhum escândalo, afinal, eu também estava na mesma circunstância. Apesar da similaridade, tornei a corar as maçãs de meu rosto; ademais, o momento em que realizei a ação foi propício ao rubor, o garoto ao se agachar acabou por revelar um pouco do que a pouca roupa cobria.

Através de um suspiro, recobrei meus consentimentos  — porque se eu pedi para que ele não olhasse, eu também não deveria fazê-lo —, e firmei meu olhar nas plantas prosseguindo com a tarefa. Dessa forma, continuávamos a recolher as ervas necessárias.

Depois de terminarmos aquele setor da estufa, passamos para o próximo. Nesse momento de passagem, tive minha mente alvejada por um curiosidade diferente — uma vontade de olhar mais uma vez para Ken —, apenas sacudi minha cabeça como ato de expulsar tais pensamentos e foquei nas explicações por ele proferidas. O garoto agora estava mencionando sobre o tópico de fisiologia, e a partir de redizer sua própria fala com palavras mais simples percebi que estava tentando pegar leve comigo.

— Os processos fundamentais de plantas como a fotossíntese, a nutrição das plantas, a respiração, a função dos hormônios das plantas, o tropismo, nastismo, o fotoperiodismo... — Complementaria a fala do garoto mostrando os conhecimentos da leitura anterior.

Daria uma breve risada levando as pontas de meus dedos aos lábios, por talvez Ken ter pensado que eu não havia lido a apostila. Pelo menos, serviu para aliviar um pouco o clima da situação e me deixar um pouco mais confortável; embora o suor ainda me incomodava. Eram nítidas as gotículas escorrendo pelo meu corpo, contornando minha branda silhueta e umedecendo a cor alva de minha pele. — Quanto calor... — Murmurei, passando as mãos pelo meu rosto, enquanto ergueria-me para esticar minhas pernas com a intenção de aliviar-me um pouco daquele clima. A essa altura, minhas roupas já estavam quase encharcadas acabando por marcar partes pontuais do meu corpo.

Considerações:

Haru HP: 10 | CH: 11 | ST: 05

O elogio de Ken acabou por novamente acobertar minhas bochechas com aquela vermelhidão de antes. Ter minha competência comparada à de um ofício tão importante fazia-me certamente ficar lisonjeada. Porém, o rumo dos encômios do garoto resultaram em mais uma ação surpreendente: despiu-se de sua última peça de roupa. No momento do ato, vaguei meu olhar às redondezas procurando não encarar diretamente a situação — o que fora parcialmente em vão, pois não consegui simplesmente ignorar a atitude de Ken e acabei por vislumbrar parte da cena com o canto do olho. Momentos depois, o jovem aludiu-me a fazer o mesmo.

Por um lado havia vergonha, por outro o incômodo do calor, ademais uma certa vontade de experimentar a situação que passava a ter em meus pensamentos. E além disso, Ken, acima de mim, é um ninja médico. Logo, se a regra vale para mim, também vale para ele. — C-certo... — Engolindo seco ao final de minha fala, convencia-me de fazer o mesmo. Cautelosamente, desabotoaria os feixes do sutiã, seguidamente descendo a calcinha — que por conta do suor acabava por deslisar entre as minhas pernas —, por fim ficando completamente despida.

Um suspiro depois da tensão, retornamos ao objetivo da missão juntamente as teorias de botânica. Atenta ao método utilizado e explicado pelo garoto, instruindo o manuseio de um tipo de planta mais hostil. Percebia agora a despreocupação em utilizar termos mais científicos. — Entendi... — Murmuraria após receber os ensinamentos. Ken pediu-me para tomar à frente para a próxima etapa, indicando-me a porta. — Sim.

No momento em que seguiria o pedido, fui inesperadamente puxada pelo garoto que disse ter alguém por ali — e realmente não seria convenientes sermos pegos daquela forma —,  resultando em nós dois dentro de um armário apertado. Tomada pelo calor do momento, a princípio não havia percebido o que estava logo em frente a minha face, quase rente a minha boca. Atônita, respirei fortemente tendo meu rosto completamente manchado de vermelho. Batimentos cardíacos rápidos e contínuos; pupilas dilatadas e apenas uma direção para olhar.

Conforme o clima ia se assentando, os sentimentos ficavam cada vez mais nítidos, o que permitia-me experimentar um aroma diferente. De forma involuntária começaria a procurar em meus pensamentos palavras que pudessem descrever o que estava sentindo, porém não obtinha sucesso. Talvez porque não tivesse como eu explicar assim, é um sentimento primordial — um instinto — que despertava-se em mim. Decímetros eram capazes de encostar meus lábios já entreabertos e umedecidos na outra carne. O ato seria quase como um desabafo das vontades anteriores.

Antes que mais algo pudesse acontecer, a porta era aberta por Ken sinalizando que o perigo passou. Seguindo os passos do garoto, arrumei-me rapidamente para sairmos dali, seguindo a passagem secreta mencionada por ele.

Considerações:

Haru HP: 10 | CH: 11 | ST: 05

Chegávamos ao local mencionado por Ken, e logo pude ver um belo riacho e mais a frente um canteiro com belas flores. Abre um sorriso, e respirei aquele ar puro do singelo local, completamente diferente do ambiente abafado em que nos encontrávamos. Em seguida o garoto procurou um lugar para se sentar. Deve ter sido um dia cansativo para ele, ter que ficar tomando conta de mim e me ensinando, mas apesar disso ele pareceu bem contente com o resultado.

— Certo! — Afirmei de forma bastante alegre, correndo em direção ao campo florido para praticar — desta vez sozinha— o ato de colheita; conforme Ken havia pedido. Assim tratei de colher com cuidado mais algumas ervas, usando dos conhecimentos adquiridos ao longo desse tempo que passei com o jovem Hōki.


Com as ervas colhidas, juntei-as com as outras enquanto ouvi Ken chamar-me. Fui quase saltitando em sua direção, e mais uma vez ele trouxe à tona o rubor em minhas bochechas. Alguns elogios eram proferidos, enquanto minha franje era bagunçada por sua destra em um ato de carinho. — O-obrigada, Ken-san! — Tentaria mostrar respeito como forma de agradecimento a todo o conhecimento ensinado, ademais por se tratar de um ninja superior no ramo que quero seguir. E antes que fosse embora, dei um singelo abraço no garoto. — Ainda nos veremos. Até mais! — Sairia sorrindo.

Dessa forma, iria direto à recepção do hospital, entregar as ervas colhidas e logo depois indo pra casa.

Considerações:

Haru HP: 10 | CH: 11 | ST: 05