[Missões O.P] Uzumaki Arturia

Um dia qualquer no território da União do Fogo. Pássaros cantavam, crianças despretensiosas já brincavam pelas ruas e ninjas enfim se preparavam para servir a União, fosse realizando missões ou aplicando aulas práticas e teóricas nos estudantes da academia ninja. Uzumaki Arturia, Genin recém-graduada na Academia Ninja, não era exceção à regra. A jovem de madeixas douradas, ainda em casa, se aprontava apressadamente para o seu primeiro dia de serviço. As vestes azuladas - com a espiral Uzumaki nas costas - eram postas de modo agressivo, tornando a amassar suavemente a camisa em algumas vestes. A bandana com o símbolo da União do Fogo se encontrava amarrada frouxamente no pescoço da garota, sequer chegando a fazer contato com a traqueia da mesma, a fim de evitar sufocamento por causa do item. - Certo. Estou pronta. - proferiu, estando enfim preparada. Sem demorar mais, Arturia finalmente saiu de casa e foi em direção à Academia Ninja.

O caminho até a Academia foi tranquilo, sem quaisquer surpresas ou contratempos. Enfim no estabelecimento, Arturia adentrou em uma das salas de aula, onde um Chunin estava distribuindo missões para os recém graduados. Pediu por um pergaminho e, prontamente, recebeu um. - Rank C? Isso não é difícil para uma nova Genin? - perguntou, enquanto seus olhos verdes percorriam pelo manuscrito. - Não, essa aí não chega a ter risco de vida. Além do mais, o contingente de Genins pegando missões Rank D já está excedendo o limite. - respondeu o homem. Arturia cerrou os olhos, passando levemente os dedos suaves da mão esquerda sobre as pálpebras, enquanto a mão direita apertava com força o pergaminho. - Bem.. O que pode dar errado? - disse a garota, dando um leve suspiro. Após um aceno de mão, Arturia enfim saiu da Academia Ninja, indo em direção ao portão de vilarejo, onde supostamente encontraria o "cliente".

Ao chegar no portão, Arturia se deparou com um senhor de idade, que aparentava ter presenciado uns setenta invernos ou mais. A barba branca chegava até a cintura do mesmo, que somada ao vistoso bigode e aos olhos puxados, garantiam-lhe a aparência de um samurai. O homem carregava uma grande caixa de madeira nas costas, além de portar uma vara de pescar completamente gasta na mão direita. - Olá, senhor.. Fujisawa? Eu vou acompanhá-lo. - disse a loira, curvando ligeiramente a cabeça em direção ao homem, em sinal de respeito. - Arg.. Vamos logo, sementinha de Deus! - falou o homem, cuspindo uma quantidade anormal de catarro no chão a seu lado. O olhar de nojo por parte de Arturia ficou aparente, mas mesmo assim a garota não disse nada. Apesar da idade, a rapidez com a qual o homem se movia surpreendeu a loira. Em alguns minutos, Arturia e Fujisawa já estavam relativamente distantes de do vilarejo da União do Fogo.

- Estamos indo para um lago ou algo parecido para o senhor pescar? - perguntou a Uzumaki. Sinceramente, não nutria qualquer interesse em conversar com o sujeito, mas o silêncio presente, que vez ou outra era abafado pelo canto dos pássaros, estava constrangendo Arturia um bocado. - Exatamente, Capitã Óbvio. Não demorará muito, se é isso que lhe preocupa. - Cada vez que o homem abria a boca, mais autocontrole Arturia tinha que se impor, caso contrário acabaria xingando o idoso. - Certo. Espero que nos divirtamos. - disse, fingindo um sorriso irônico, à medida que Fujisawa também ria pesadamente por ter compreendido o sarcasmo presente na voz da garota.  

- Ei, garota, vamos! Estamos chegando! - parecia que Arturia já estava andando a uma eternidade. Seus pés doíam, e a boca da garota ansiava por água. Fujisawa e Arturia já tinham passado por dois ou três lagos, mas nenhum destes parecia ter satisfeito o homem, que apenas deu uma olhadela e afirmou que não havia peixes o bastante por ali. - Espero que valha a pena. - resmungou, secando o suor que pairava em sua testa. Antes que se desse conta, Arturia notou que Fujisawa havia parado de andar. Ao olhar para o homem, viu que seus miúdos olhos brilhavam, como se estivesse na presença de uma divindade. - Olhe para frente, bobona. - disse o homem, apontando. Arturia enfim viu o que estava a sua frente e, ao longe, era capaz de ver um imenso lago a céu aberto. A água do mesmo aparentava ser límpida, sem quaisquer traços de poluição humana. - É.. belo. - A loira não pôde deixar de ficar encantada perante a visão que seus olhos presenciavam. A essa altura, Fujisawa já corria feito um monga em direção ao lago. " Ele parece animado.. " pensou. Talvez, pescar representava para o homem o que xícaras de chá representavam para Arturia.

A garota de madeixas douradas se aproximou do lago, abaixando-se e pegando um pouco de água com ambas as mãos. Levou-as até a boca, bebendo rapidamente. Repetiu o processo outras três vezes. - Essa água é a melhor que eu já provei, talvez. - disse, fitando o homem. Fujisawa sequer respondeu, sinalizando com o dedo indicador para que Arturia fizesse silêncio. - Sshh.. Vai assustar os peixes. - disse o homem, baixinho. A forma "não tão agressiva" com a qual o homem falara com a garota a fez mudar um pouco a concepção que tinha do mesmo. Até então, aquele pescador não passava de um completo babaca. Agora, era apenas um homem apaixonado mortalmente por pesca. - Tudo bem.. Eu vou vigiar o perímetro. - disse, passando a andar pelas proximidades do lago.

" Pera aí.. Que merda é aquilo? " Arturia viu fumaça ao longe e, instintivamente, tornou a andar contra tal direção. Movia-se furtivamente, escondendo atrás de rochas e árvores que encontrava. - Tô falando. A gente tem que encontrar algum desgraçado pra roubar, a comida tá acabando! - Depois de ouvir essas palavras, Arturia enfim percebeu que se tratava de bandidos. " Ótimo.. Eu mereço.. E ainda corro o risco deles virem para nossa direção. " pensou, olhando-os de relance. - Só deixa eu mijar pra gente ir! - falou um gordo, com as mãos na calça. O grupo do homem começava a se aprontar para sair, enquanto o homem adentrava na floresta, se aproximando cada vez mais de Arturia. A loira, prontamente, pegou uma pedra do chão e, agachada, foi seguindo o homem pelas costas. Assim que o mesmo já se encontrava fora do campo de visão de seus aliados, a garota aplicou um forte golpe na nuca do oponente, fazendo-se valer da pedra. O homem caiu, desmaiado. A cabeça do mesmo sangrava um pouco, mas isso não era problema da garota. " Que funcione.. Henge no Jutsu! " Após realizar os selos de mão, a Genin utilizara o jutsu de transformação para se tornar o bandido gordo. Prontamente, retornou até o acampamento dos bandidos.

- Aí "rapêize". Vamo ter que procurar outro caminho porque essa merda aqui tá bloqueada. A última vez que choveu fudeu o lugar, impossível passar. - disse Arturia, com medo de ser descoberta. Felizmente, os bandidos eram tão burros que sequer notaram. - Eu já encontro vocês, só.. preciso cagar agora, malz. - falou, retornando para a mesma posição de que viera. Longe o suficiente, desfaria o Henge e retornaria para o pescador. - E aí, já pegou o.. suficiente? - A caixa de peixes do homem já se encontrava completamente cheia, transbordando de peixes. Arturia já não sabia se aquele homem era um simples pescador ou uma divindade que multiplicava peixes. - Pois bem, vamos indo. - disse. E assim sendo, os dois tornaram a fazer o caminho de volta à União do Fogo.

A volta aparentou ser mais rápida, vide o fato de Arturia já conhecer o caminho. Não houve muita conversa, mas o clima pesado que havia entre os dois pareceu ter diminuído. Chegando no vilarejo, Fujisawa até mesmo chegou a se despedir, enquanto Arturia retornava até a Academia Ninja para receber o dinheiro por ter completado a missão com êxito. 

Considerações:

Era noite na União do Fogo, horas haviam se passado desde que Arturia havia realizado a sua primeira missão como shinobi. A garota já estava em casa, deitada em sua cama no complexo residencial dos Uzumaki. Por mais que os olhos esverdeados da garota já estivessem cobertos pelas pálpebras, indicando que a garota tentava dormir, a garota não nutria nenhuma vontade de descansar. Estava ativa, energética. Balançava a perna, ocasionando o ranger ocasional da cama. - É.. Melhor eu ocupar minha mente um pouco e ver se volto com sono. - disse, pulando da cama apressadamente. Vestiu-se de maneira rápida, trajando as vestes azuis sem demora e, como de costume, a bandana com o símbolo da União do Fogo se encontrava presente no pescoço da garota, pendurada de maneira frouxa com o intuito de não a sufocar. Não tendo mais o que fazer em casa, Arturia simplesmente abriu a porta de sua casa e, após um abafado suspiro, foi em direção à Academia Ninja.

Apesar de ser noite, o vilarejo estava bem-iluminado. Tochas posicionadas estrategicamente iluminavam o trajeto que Arturia percorria. Mesmo sem luz, provavelmente a garota seria capaz de realizá-lo sem dificuldade, vide o fato de já estar acostumada a andar por aquelas regiões dia após dia. Chegando na Academia, bateu três vezes na porta, esperando ser recebida. " Bem.. Não deve ter ning.." Já dando meia-volta para retornar para o complexo residencial, com uma expressão de tristeza no rosto, o ranger da porta da Academia sinalizou para Arturia que a Academia ainda se encontrava aberta. Olhou por cima dos ombros e reconheceu a figura que lhe atendera: o mesmo Chunin que tinha lhe dado a missão Rank C mais cedo. - E aí? Tem alguma outra missão rank C? - perguntou-lhe, com um sorriso amigável no rosto. Não era como se a garota de madeixas loiras estivesse tentando parecer simpática, apenas reconhecia o fato de ser completamente inconveniente ao ir até a Academia durante as altas horas da noite simplesmente por não querer dormir. - Hm.. Temos a missão perfeita. - disse o homem, sinalizando para que Arturia adentrasse na Academia Ninja.

O homem foi até uma prateleira repleta de pergaminhos, acompanhado de Arturia. Sem dizer quaisquer palavras, começou a mexer nos pergaminhos, tateando-os como se tivesse ciência de qual era o assunto do manuscrito simplesmente por o pegar. - Não.. Não.. Eh, com certeza não. Aqui. - Após alguns minutos procurando por um pergaminho específico, o homem finalmente o encontrou. Tacou o manuscrito em direção à Arturia, que prontamente o pegou. - Seguir uma garota? Parece fácil. - disse, dando uma rápida passada de olhos pelo pergaminho. Aparentemente, não ser vista era uma das prioridades, e o fato de ser noite apenas facilitava a vida de Arturia. - Eu aceito, mas será que eu posso levar uma caixa da Academia Ninja emprestada. - disse, procurando um caixote de madeira - o mesmo que teria utilizado quando estava aprendendo os jutsus básicos - cujas dimensões permitiam que a loira se escondesse dentro do mesmo. - Daqui a algumas horas eu volto com o relatório. - diria, saindo da Academia com o caixote em mãos.

Já estando na frente da casa da filha do cliente, Arturia se colocaria em posição de engatinhar e colocaria o caixote por cima do corpo. " Bikõ Ninjutsu! " Sinceramente, a garota de madeixas douradas ainda não compreendia como uma técnica tão estúpida funcionava. Após alguns minutos dentro da caixa, Arturia viu - por dois buraquinhos localizados na lateral da caixa - que a filha do homem enfim estava saindo de casa. Era uma moça jovem, por volta de seus quinze, dezesseis anos. Magra, os cabelos até a altura da cintura. Parecia ser bela, mas estava com um aspecto cansado e abatido por seja lá qual fosse o motivo. Por não conhecer o nome da garota, Arturia optou ser a chamar de "Ela", no fim das contas. " Ela está andando, acho melhor eu acompanhar Ela. " pensou, tornando-se a mover lentamente, ainda dentro da caixa. Nas ruas do vilarejo, apenas uma garota e uma caixa ambulante podiam ser vistas se movendo. Vez ou outra, "Ela" virava para trás, com o intuito de ver se estava sendo seguida ou não. Felizmente, devido à escuridão, "Ela" era praticamente incapaz de ver um caixote se movendo atrás da mesma.

Não tardou para que a garota chegasse em seu destino, um beco sem saída. Arturia se moveu o máximo que pôde, e encostou em uma parede do beco, esperando por movimentos conseguintes de "Ela". - Então você veio.. já está viciada, aparentemente. Hahaha. - O responsável por essas falas era um homem de voz grossa, trajando um sobretudo preto e um chapéu acima da cabeça. Além disso, utilizava luvas, mesmo no calor habitual da União do Fogo. - Só.. Me dê o combinado. - disse "Ela", esticando a mão e deixando à mostra uma quantia maçante de ryous. O homem misterioso pegou o dinheiro e, sem tardar, entregou à "Ela" uma substância dentro de uma seringa. - Cuidado para não ficar doidona com essa "droga". - disse o homem, sumindo na escuridão. Agora tudo fazia sentido. A aparência abatida de "Ela" era devido ao fato da mesma estar viciada em substâncias ilícitas. Por dentro da caixa, Arturia estava triste. Não era agradável ver uma pessoa se perdendo nesse caminho. Todavia, manteve a postura perante a situação. Afinal, não podia ser descoberta.

Arturia seguiu "Ela" até sua casa, fazendo praticamente o mesmo caminho de onde viera. Após isso, a garota de madeixas douradas enfim saiu do caixote e, prontamente, foi até a Academia Ninja dar o relatório da missão. Bateu inúmeras vezes na porta da Academia, dessa vez mais forte. Suava, bufando, demonstrando que dera o máximo de si para chegar até ali. - A.. filha do cliente.. está envolvida com drogas. Ela sai à noite e compra em um beco à leste da casa dela. O homem.. Não vi o rosto. - disse, bufando. Apesar de não ter agido durante a obtenção da droga, Arturia acreditou ter feito o certo. Era mais seguro agir à surdina do que alertar os traficantes que já havia ninjas à procura deles. A garota recebeu o dinheiro e enfim foi para casa, onde repousaria. E a caixa que Arturia utilizara? Bem, ninguém sabe onde a garota a deixou.

Considerações:

Arturia acordara cedo no dia seguinte, o Sol ainda estava raiando. A garota de madeixas douradas foi uma das primeiras a despertar no complexo residencial dos Uzumaki. Por algum motivo, a jovem parecia relativamente mais animada que nos dias anteriores. Talvez estivesse simplesmente contente por ter realizado duas missões Rank C com êxito, no fim das contas. Arturia vestiu-se rapidamente e pôs a bandana da União do Fogo no pescoço e, após tomar um quase instantâneo café da manhã, a garota enfim partiu em direção à Academia Ninja, onde esperava ser designada para uma missão.  

Chegando no local desejado, a garota adentrou na Academia Ninja sem sequer bater na porta. Afinal, não via necessidade para tal. A passos lentos, dirigiu-se a uma pequena sala no fundo da escola e abriu a porta da mesma lentamente. A cada esforço que Arturia fazia para abrir a porta, mais a mesma rangia. O incômodo proveniente do barulho ficara expresso no rosto da garota, cuja expressão rapidamente mudou assim que a porta tornou a "gemer". Ignorando o que acontecera, a garota simplesmente se dirigiu a uma mesa, onde um chunin repousava logo atrás, sentado em uma cadeira. - Olá. Tem alguma missão para mim? - perguntou, enquanto batia as mãos nas próprias coxas, tentando produzir algum tipo de música. O homem prontamente entregou um pergaminho para Arturia, que o abriu sem hesitar. - Hm.. Tudo bem. - disse, lendo o conteúdo do pergaminho. A missão consistia em passear com os cachorros de uma idosa. O que poderia dar errado? Arturia, após realizar um aceno com a mão, saiu da Academia e foi em direção à casa da mulher.

- É aqui.. - disse, já estando em frente à casa da idosa. Bateu algumas vezes na porta e, prontamente, alguns latidos - vindos de dentro da casa - começaram a ser ouvidos. " Eu espero não virar ração até o fim do dia.. " pensou, vendo que a porta estava sendo aberta. A velhinha que acolhera Arturia era uma mulher baixa, meio corcunda, de cabelos grisalhos. Ao lado da mesma repousavam três cachorros: dois buldogues e um pug. - Eu imaginei que fossem maiores. - disse a loira, aliviada por não ter que lidar com cães de grande porte. Arturia colocou a colheira nos cães, que pareciam ser bem mansos, pelo menos na presença da dona e, após isso, enfim saiu de casa.

Na mão direita mantinha a colheira do buldogue menor e do pug, enquanto a esquerda levava o buldogue maior. Arturia simplesmente seguia os cães, deixando-os traçar o caminho do mesmos conforme eles quisessem. Todos urinaram - cada um em um lugar diferente - apesar de apenas um ter defecado. " Bem.. Pelo menos foi na grama. Vai virar adubo. " pensou Arturia, formulando uma desculpa plausível para não limpar a sujeira do cachorro. Após isso, tudo se seguiu conforme o esperado: os cães simplesmente andavam sem rumo até que fosse a hora de devolvê-los.

Retornou à casa da velha, entregando-os para a idosa. - Eles são uns amores. - disse, apesar de nunca mais ter vontade de realizar missão semelhante novamente. Após isso, a jovem Genin retornaria à Academia Ninja para receber a recompensa pela missão. 

Considerações:

A missão de passear com os cachorros foi um tanto quanto fácil. Afinal, era uma missão de Rank D, que normalmente não apresentam quaisquer riscos ao contratado. Tendo isso em mente, a jovem de madeixas douradas acreditava ainda ter ânimo e energia para realizar outra missão de mesmo nível. Afinal, quanto mais evoluísse como ninja - e mais dinheiro trouxesse para o complexo residencial dos Uzumaki no fim do dia - melhor se sentiria em relação a si mesma. Aproveitou o fato de já estar na Academia para que, após fazer o relatório sobre a missão anterior, adquirisse outra nova. - Passeei com os cachorros e já os entreguei à idosa. Alguma outra missão? - perguntou, esperançosa quanto a resposta que estava prestes a receber. O Chunin responsável pelos pergaminhos bufou levemente, como se já estivesse sem paciência de ficar o dia todo entregando manuscritos para jovens Genins aventureiros. Após isso, o homem sacou um pergaminho de trás de sua mesa e o entregou para Arturia, que o abriu rapidamente. Puxou o laço que lacrava o manuscrito e enfim tornou a ler o conteúdo do papel, focada em extrair o máximo de informações que o manuscrito pudesse lhe oferecer. - Procurar um gato? Hm, deixa comigo. - De alguma forma, Arturia havia ido de dois extremos: antes, estava com cachorros; agora, tinha a função de encontrar um felino. " A minha próxima missão vai estar relacionada a peixes, tenho certeza.. " pensou, imaginando na possibilidade de estar certa, enquanto saía.

O vilarejo da União do Fogo não era pequeno e, assim sendo, encontrar uma única criatura viva poderia se provar mais difícil do que realmente era. Arturia sabia que seria necessária uma visão mais ampla do vilarejo, como se fosse uma águia, caso quisesse encontrar o gato. Baseando-se nesse conceito, Arturia fez algo que nunca tinha feito antes nas ruas: "parkour". É claro que, sendo uma ninja, havia recebido o básico de treinamento sobre subir em prédios pulando de um para outro, mas a teoria nunca se equipara à prática. Primeiramente, Arturia subiu em uma parede, escalando-a com as mãos. Feito isso, pulou para o telhado de um bar e depois para outra casa, agindo dessa forma até que estivesse a uma altura suficientemente agradável. - Bem.. Até que não foi tão ruim. - disse a garota, abrindo os braços e recebendo uma forte brisa em seu corpo, enquanto fitava a bela visão da União do Fogo, vista de cima. - Bem, agora é só procu.. O que é aquilo? - disse a jovem, cerrando um pouco os olhos para ser capaz de ver nitidamente o que acontecia em um beco perto dali.

Não muito longe, o gato que Arturia deveria encontrar estava encurralado por um cão de porte mediano, que rosnava e bufava. O gato estava encurralado, estando de costas para a parede do beco. " Que clichê.. " pensou Arturia, se movendo na direção do acontecimento. Pulou apressada entre prédios, já sem medo de cair. Foi capaz de parar em cima do muro que estava à frente do gato. Fez alguns selos de mão, enquanto sorria de canto de boca. " Henge! " Arturia se transformara em um imenso pitbull, que pulara por cima do gato e agora confrontava o outro cão. Arturia - transformada em cão - começou a latir forte, e avançar contra o cão, que se sentiu coagido e fugiu. - Não é legal? - disse o pitbull, antes de voltar a ser uma bela e delicada garota de madeixas douradas. - Ei, psiu.. Senhor Bigodes. Calma. - disse a garota, em um tom de voz calmo e tranquilizante, enquanto se aproximava do gato. Sr. Bigodes provavelmente já não estava mais entendendo mais porra nenhuma. Quer dizer, um gato, cagado de medo de ser devorado, salvo por um pitbull que se transforma em um garota. Quantas vezes aquela bola de pelo escrota já deve ter presenciado isso?

Aparentemente, mais de uma vez na vida, vide o fato de Sr. Bigodes passar a confiar em Arturia com mais facilidade do que a garota imaginava. A Genin Uzumaki pegou o felino no colo e, sem demorar mais, o levou de volta para a casa da criança, aonde o mesmo pertencia. - Se ele fugir novamente, me avise. - disse para a criança, com um sorriso. Porém, Arturia torcia do fundo do coração que aquele gato jamais se perdesse novamente, é claro. Retornou à Academia para receber a recompensa pela missão.

Considerações:

Mais um dia comum no vilarejo da União do Fogo. O Sol já se mostrava onipotente no céu, e nenhuma nuvem ousava tentar cobri-lo naquele belo dia. Mesmo cedo, Arturia já tinha ido na biblioteca do vilarejo com o intuito de ampliar seus conhecimentos. Ficara horas sentada em uma monótona cadeira e, devido a isso, sentia que precisava movimentar-se o quanto antes. - Eu acho que vou fazer uma missão. - disse, caminhando pelas ruelas do vilarejo. Apesar de cedo, algumas pessoas já andavam pelas alamedas, fazendo compras. Em questão de minutos a loira enfim chegou na Academia Ninja, que estava um tanto quanto movimentada. " Bem.. Desde que eu me formei, nunca mais vim aqui em um horário de aula.. " pensou, vendo a enorme quantidade de crianças no pátio da academia, que praticavam jutsus, brincavam de "lutinha" ou simplesmente conversavam. Sem interagir com nenhuma delas, Arturia adentrou na Academia, indo até uma sala localizada no fim do corredor principal, à esquerda. Bateu algumas vezes na porta e, sem ser convidada, adentrou. - Yo. 

Ao entrar, deparou-se com o mesmo Chunin que sempre a designava missões. Todavia, não foi isso que chamou a atenção de Arturia, mas sim a mulher que repousava ao lado do homem. Uma mulher por volta de vinte e cinco anos, morena e grávida. Pelo tamanho da barriga da moça, em poucos meses aquele bebê estaria dando boas-vindas à vida. - Então.. Tem alguma missão para mim? - perguntou a loira, tornando a fitar o Chunin com seus olhos esverdeados, que até então pairavam na barriga da mulher. - Você chegou em boa hora. - disse o ninja, tacando um pergaminho na direção de Arturia, que prontamente o pegou com a mão direita. " Atuar como guarda-costas de uma grávida conhecida na região comercial.. " Os olhos da loira liam com curiosidade o manuscrito que lhe fora entregue. Tateava palavra por palavra, repetindo labialmente cada palavra presente no pergaminho. Só havia uma coisa que a Uzumaki não entendia: por que estariam tentando ferir ou matar uma grávida? - Negócios. Se ela morre, alguns comerciantes vão acabar lucrando com as vendas de certos produtos. Seu dever é impedir isso. Como a economia ainda está se formando, não é possível que contratem ninjas fortes o suficiente apenas para dar fim a uma grávida. No máximo alguns bandidos. - disse o homem, como se estivesse lendo a mente de Arturia. A Genin suspirou profundamente, desviando o seu olhar para a barriga da mulher. - Tudo bem. Eu aceito a missão. - disse, tentando transmitir o máximo de confiança e serenidade em suas palavras.

Sem mais delongas, Arturia e Hana - o nome da grávida - saíram da Academia Ninja. A distância entre as mulheres era quase inexistente, questão de centímetros. A loira não seria capaz de se perdoar se algo acontecesse com uma pessoa que sequer veio ao mundo. - Então.. Você tem uma loja, barraca ou algo parecido? - perguntou a Arturia, fitando com curiosidade a mulher que andava a seu lado. Hana assentiu com a cabeça, tentando forçar um sorriso que escondesse o medo que até então estava expresso em seu rosto. - Ei. Nada vai acontecer. Eu prometo. - disse, tocando o ombro da mulher. Arturia não se sentia tão confortável tocando em uma desconhecida, mas acreditava que seria importante, caso desejasse acalmá-la. - O..Obrigada. - disse a moça, aparentando estar mais tranquila. As ruas da União do Fogo já estavam mais movimentadas, principalmente a zona comercial, local para qual Hana e Arturia se dirigiam. Multidões de pessoas andando na mesma direção dificultaria proteger a mulher. - Hana-san, eu tenho uma ideia. Você conhece jutsus básicos não? - A mulher assentiu com a cabeça, enquanto andava. - Pois bem. Use o Henge no Jutsu para se transformar em mim que eu vou me transformar em você. Na pior das hipóteses, irão me atacar, e não a você. - sussurrou no ouvido da mulher, à medida que realizaria alguns selos de mão. " Henge! " Fumaças cobriram tanto o corpo de Hana quanto o de Arturia e, assim que a névoa se esvaiu, podia-se notar que ambas as mulheres se encontravam ali, mas em posições diferentes. - Funcionou, Hana-san. Você está bonita. - disse Arturia, olhando para "si mesma". " Melhor eu agir como ela " pensou, botando um semblante preocupado e assustado na face, enquanto seguia Hana. Arturia olhava para os lados constantemente, procurando encontrar indivíduos que parecessem suspeitos o suficiente a ponto de tentar assassinar uma grávida a luz do dia.

Qualquer suspeita era válida, fosse de crianças ou até mesmo idosos. Afinal, se Arturia foi capaz de pensar em utilizar o Henge no Jutsu, o que impedia seus inimigos de fazerem o mesmo? A cada passo que dava, mais próximos Arturia e Hana ficavam da barraca da moça. " É ela mesmo.. Precisamos agir. " Ao longe, quase como um sussurro, Arturia era capaz de ouvir tais dizeres um pouco atrás de suas costas. - Hana-san, vá na frente. - disse, pedindo para que a mulher acelerasse o passo e se dirigisse até a loja. Apesar da Uzumaki não querer deixar a grávida desprotegida, Arturia sabia que o foco dos bandidos era ela mesma. Afinal, não sabiam que as mulheres haviam utilizado o Henge no Jutsu. - Hana-san.. Venha comigo. - disse um homem, de voz rouca, por trás de Arturia. A garota sabia que se tratava de um bandido, mas fingiu estar assustada. Seguiu o homem por ruelas e becos, como se o mesmo tivesse o controle da situação. - Ai.. Acho que.. está para nascer.. - disse Arturia, colocando a mão na "barriga falsa". O homem abaixou a guarda e, nesse instante, a jovem Uzumaki desfez o Henge no Jutsu. Partiu para cima do mesmo e, sabendo que não é a pessoa mais apta em Taijutsu, Arturia chutou o saco escrotal do homem, que caiu no chão, contorcendo-se de dor. Feito isso, socou a cabeça do homem até que o mesmo desmaiasse e após isso, foi em direção à loja de Hana. - Bem.. Eu dei um jeito no cara. Você pode ficar tranquila. - disse para a mulher, que também desfez o Henge. Após isso, Arturia retornou para a Academia Ninja fazer o relatório da missão. - O contratado para matar Hana se encontra desacordado em um beco próximo da área comercial. Talvez vocês consigam obter mais informações com ele. - disse, pegando a recompensa e saindo dali.

Considerações:

Mais um dia normal no vilarejo da União do Fogo. Era por volta de uma da tarde e, devido a isso, a circulação de pessoas nas ruas estava reduzida, por ser horário de almoço. Arturia repousava em seu quarto, no complexo residencial dos Uzumaki. Estava a brincar com uma kunai, fazendo a digestão do alimento que havia comido recentemente. - Acho que já deu tempo suficiente.. Vou fazer uma missão. - disse, guardando a kunai na bolsa de armamentos ninjas e amarrando a bandana no pescoço. Sem cumprimentar as pessoas que via durante seu trajeto até a saída do complexo residencial, a jovem de madeixas douradas tornou a andar até a direção da Academia Ninja.  

Lá chegando, se deparou com algo que nunca presenciara antes. " Ué.. Um quadro de missões? " Talvez fosse horário de almoço, talvez fosse dia de folga. Não importava o motivo, mas aquela era a primeira vez que não seria o Chunin encarregado pelos pergaminhos de missões a designar uma missão à Arturia. - Bem.. Vamos ver uma meio leve. - disse, passando a mão na barriga. Aproximou os olhos do quadro, fitando-o com certo interesse. - Ajudar jornalistas a fazer entrevistas? Certo.. - disse, dando meia-volta e tornando a andar até o local designado, onde ocorreria a missão. Após alguns minutos caminhando - a Uzumaki não estava com pressa e, além disso, a missão não parecia ser urgente - Arturia enfim se deparou com um grupo de adultos, reunido, que carregava em mãos pincéis e pergaminhos. - Oh. A Genin enfim chegou! - disse um homem, provavelmente o chefe dos jornalistas. Era um homem de bigode vistoso e óculos. O modo de falar do mesmo era carregado de sotaque, mas Arturia decidiu não mencionar isso. - Então.. o que querem que eu faça? Estou a disposição. - perguntou, fingindo animação. Não era como se Arturia estivesse de fato animada, mas acreditava ser importante agradar seus contratantes. - Nós estamos recolhendo informações para o jornal da União do Fogo! Tudo que você precisa é fazer exatamente essas perguntas para todas as pessoas que você ver pelas ruas. Estamos recolhendo informações para um gráfico. - disse, entregando para Arturia um pergaminho, um pincel e uma lista de perguntas a serem feitas. - Ce..Certo. Assim que eu terminar eu volto.. - disse, olhando estranhamente para os objetos dados. Deu um suspiro e, após isso, tornou a caminhar pelo vilarejo a fim de entrevistar as pessoas.

- Olá, poderia responder algumas perguntas, por favor? É para o jornal da União do Fogo. Pode nos informar o seu clã? A sua graduação? Idade? Missões realizadas, em média, por semana? É só isso mesmo, obrigada. - Abordaria todas as pessoas da mesma maneira, independente do gênero, idade, etnia. Depois de algumas horas fazendo isso - e tendo adquirido uma vasta quantidade de informação - Arturia retornaria até o grupo de jornalistas, que permaneceu no mesmo lugar desde que a garota saiu. - Aqui está. Tudo que eu consegui. Faça bom uso. - disse a garota, se despedindo. Após isso, foi em direção à Academia Ninja, onde pegaria a recompensa pela missão e, após isso, iria embora logo em seguida.  

Considerações:

Após ter completado a missão de entrevistar transeuntes pela União do Fogo, Arturia aproveitaria o fato de estar na Academia Ninja para pegar outra missão do Quadro de Missões. " Bem, já está mais movimentado.. " pensou, notando que algumas poucas pessoas já andavam pelas ruas, ao contrário do que vira mais cedo, em horário de almoço. Arturia fitou o quadro de missões por inteiro, passando seus olhos entre as missões de nível D e as de rank C. Após pensar por alguns instantes, optou por realizar a de nível inferior. - Entregar remédios a um homem doente? Tudo bem.. Mas.. Não tem a lista de remédios aqui.. - disse Arturia, bufando. Aparentemente, a garota teria que ir até a casa do contratante simplesmente para obter informações quanto aos remédios. Removeu o pergaminho da missão - afinal, Arturia não queria que outra pessoa a fizesse - do quadro e, após isso, foi em direção a casa do contratante.

Andou por alguns minutos e enfim chegou na casa do homem. Surpreendentemente, o homem não morava em complexos residenciais de clãs ou algo do tipo, mas sim em uma casa própria. Arturia bateu três vezes na porta, levemente, com a mão direita. Todavia, a porta não estava trancada, cedendo à medida que Arturia batia na mesma. - A..Alguém em casa? - perguntou, adentrando no condomínio. Saiu procurando por um ser vivo de cômodo em cômodo, até enfim chegar no quarto. Lá chegando, se deparou com um idoso barbudo embaixo de cobertas, deitado sobre uma cama. Ao lado, havia uma cabeceira com água e algumas caixas de remédio, que provavelmente eram as que Arturia precisava comprar. - São esses remédios que o senhor precisa? - disse, apontando para os mesmos. O idoso assentiu, balançando a cabeça, fracamente, em afirmação. A loira se aproximou das caixa de remédio e os pegou. " Lulatamina e Bolsomitol, certo.. " pensou, além de pegar o dinheiro em cima da cabeceira que deveria ser utilizado na compra dos medicamentos. - Já volto. - afirmou, tornando a fazer o trajeto de saída.

Andou por alguns instantes até enfim chegar na farmácia do Vilarejo. Felizmente, Arturia era uma das poucas presentes no estabelecimento, o que dava lhe dava a oportunidade de não enfrentar filas gigantescas. Após pegar os dois remédios necessários, Arturia foi até o caixa, que estava sendo tomado conta por uma garota talvez um pouco mais velha que ela. - Obrigada. Boa tarde. - disse, após efetuar o pagamento. Colocou os remédios em uma bolsa e, feito isso, fez o trajeto de volta até a casa do homem. - Lulatamina e Bolsomitol em mãos. - disse, colocando-os na cabeceira do homem. Aparentemente, o mesmo era capaz de tomar os remédios por conta própria, apenas era incapaz de ir até a farmácia. Após um aceno com a mão, Arturia saiu da casa do sujeito, dirigindo-se até a Academia Ninja. Lá, fez o relatório da missão e recebeu a recompensa pela mesma. Deu um suspiro abafado, contando o dinheiro e, antes que se desse conta, já estava caminhando de volta até o complexo residencial dos Uzumaki. - Essa foi fácil, também.

Considerações:

Após ter realizado um treinamento com Yuuki no complexo residencial dos Uzumaki, Arturia se encontrava enérgica: ansiava por realizar missões e, assim sendo, se viu obrigada a ir até a Academia Ninja, a fim de pegar uma missão. O cansaço que a loira sentia após o treinamento era inferior a seu anseio de servir à União do Fogo e, devido a isso, o trajeto do complexo residencial até a Academia durou pouco tempo, entre cinco a oito minutos. Lá chegando, Arturia se deparou com algumas crianças praticando jutsus básicos. Talvez, por efeito da endorfina, Arturia fez algo que nunca tinha feito antes: torcer para que os estudantes tivessem sucesso na prática de suas técnicas. Após isso, adentrou no estabelecimento, dirigindo-se até uma pequena sala localizada à direita do corredor principal. Bateu na porta algumas vezes e, ao fazer isso, uma voz vindo de dentro da sala ordenou para que Arturia entrasse. Prontamente, a Genin empurrou a porta e, ao fazer isso, se deparou com o mesmo Chunin que sempre a designava para missões. - Olá. Tem alguma missão para mim? - perguntou, se aproximando do mesmo. O homem, prontamente, lançou um pergaminho para Arturia, que o pegou. Abriu o manuscrito ali mesmo, lendo as informações da missão que teria que realizar. - Recolher lixos? Bem, parece fácil.. - disse, fitando o homem, que a essa altura já ignorava Arturia, enquanto folheava uma infinidade de pergaminhos. Sem nem se despedir, Arturia sairia da Academia Ninja, para que pudesse dar início a sua missão.  

Começaria recolhendo o lixo da Academia: cinco gigantescos sacos de lixo, que haviam sido produzidos em apenas três dias. É claro que Arturia não foi capaz de levar todos de uma só vez, tendo que fazer duas viagens para que pudesse remover todo o lixo dali. A loira levava os despejos até o "lixão" comunitário da União do Fogo, que já formava torres de entulho. Vez ou outra Arturia pisava em um pouco de chorume, e uma expressão de nojo podia ser vista em sua face. " Calma.. Todo dia tem que passar por isso." Constantemente tentava dizer palavras reconfortantes a si próprio, para que não falhasse na missão.

Apesar de normalmente desmerecer missões de nível D, Arturia tinha que reconhecer aquela como sendo extremamente cansativa. Andou o vilarejo todo recolhendo e levando sacos de lixo para o lixão, como se fosse a única Genin responsável por aquilo e ninguém a ajudava. Às vezes, tinha até a impressão de que mais lixo surgia em locais que ela já tinha recolhido, o que a enchia de raiva. " Por que não colocaram o lixo para fora mais cedo? " resmungava, apesar de os levar para o lixão por ser sua obrigação. Após horas realizando a missão, Arturia finalmente acabou de recolher todos os lixos. Fedia incondicionalmente e, por isso, apenas pegou a recompensa pela missão realizada e voltou para o complexo residencial dos Uzumaki, onde tomaria um banho. - Eu espero não ficar fedendo a lixo.. - disse, apesar do evidente medo do banho não adiantar de nada.

Considerações:

Banho tomado, Arturia se vestiu com roupas idênticas a anterior, tirando o fato da atual estar brilhando, vide o fato de estar limpa. O cabelo de Arturia, pela primeira vez em muito tempo, não estava preso em um coque, mas sim livre - e molhado - chegando a cair pelos ombros da mesma. Vestiu a bandana na cabeça, colocando-a na frente da testa desta vez, a fim de prender o cabelo, que quase cobria os olhos da mesma. A bolsa de armamentos também foi colocada na cintura, para caso algum imprevisto acontecesse e Arturia se visse obrigada a lutar. Após isso, enfim saiu de casa, tendo como foco de sua caminhada a Academia Ninja, onde procuraria receber outra missão. O fato de não ter realizado outra tarefa enquanto estava suada e fedendo a chorume foi um simples capricho da jovem de madeiras douradas, que não estava mais aguentando o odor que estava impregnado em suas vestes e pele. Caminhou devagar dessa vez, receosa de ter que realizar outra missão que a deixasse extremamente suja. " Aquele Chunin nunca gostou de mim.. " pensou, ainda enquanto andava.

Após algum tempo, Arturia enfim chegou à Academia Ninja. Já era noite, e nenhum estudante podia ser visto nas proximidades do estabelecimento. Se não fossem por tochas espalhadas por toda a imediação do local, Arturia sequer seria capaz de ver a entrada do estabelecimento, por exemplo. A loira adentrou a Academia - que estava consideravelmente mais iluminada que o lado de fora - e seguiu pelo corredor principal, até enfim chegar a uma sala localizada no fim do mesmo, à direita. Adentrou na sala sem sequer bater a porta, se deparando com o mesmo Chunin que sempre lhe entregava missões. - Você não dorme, não? - perguntou, olhando-o com curiosidade. O homem pigarreou, tornando a olhar para os pergaminhos com raiva. Apesar de Arturia sequer pedir por uma missão, o homem sabia que era exatamente disso que se tratava. Tacou um pergaminho para Arturia que, ao o pegar, abriu-o. - Aparar a grama da academia? Nesse escuro? Ótimo.. - disse, suspirando. " Veja pelo lado bom.. Pelo menos há algumas tochas iluminando o local. " pensou, tentando manter um olhar positivo aonde não havia. Após isso, a garota se dirigiu até a parte exterior da Academia Ninja, onde daria início a seus serviços. Lá chegando, viu um aparador de gramas, bastante velho. Ao ligar o aparelho, o mesmo começou a expelir barulhos extremamente altos, como se estivesse morrendo. - Ótimo, era isso que eu precisava.. - disse, começando a aparar a grama com o aparador gritante.

Não era um trabalho difícil, a única parte ruim era ter que lidar com aquele aparador velho, que vez ou outra parava de funcionar e obrigava Arturia a o ligar novamente, além do ruído que o mesmo produzia. Enquanto aparava a grama, torcia para que nenhum morador da União do Fogo viesse reclamar sobre o barulho. Felizmente, ninguém foi falar com Arturia para fazer menos barulho, que conseguiu terminar a tarefa em menos de duas horas, surpreendentemente. " Eu achei que iria ficar aqui até amanhecer, mas aparentemente não.. " pensou, apoiando as mãos sobre os joelhos, fitando a grama aparada à sua frente. Após isso, Arturia recolheu a recompensa pela missão e retornou para casa.

Considerações:

O onipotente e caloroso Sol, mais uma vez, iluminava com clamor a União do Fogo. Como de costume, Uzumaki Arturia se aprontava para realizar uma missão, em prol tanto de seu clã (que era o principal) quanto do vilarejo como um todo. A bandana com o símbolo da União encontrava-se no pescoço da mesma e, a bolsa de armamentos ninja, na cintura. Sem delongar, partiu em direção à Academia Ninja, onde esperava pegar uma missão - preferencialmente, de seu agrado - a fim de realizá-la. Tendo andado por alguns instantes, Arturia enfim chegou ao estabelecimento, tendo o trajeto sido completamente tranquilo e ininterrupto. Adentrou a Academia sem sequer bater na porta da mesma e, já tendo ciência de para onde deveria se dirigir, a jovem de madeixas douradas fez seu caminho pelo corredor principal, até chegar em uma sala no fim do corredor, à direita. Abriu a porta lentamente, esperando encontrar alguém dentro da sala. Arturia não teve nenhuma surpresa ao ver que o Chunin que se encontrava lá era o mesmo que a garota sempre via.

- Ah, bem em tempo. - disse o homem, parecendo - pela primeira vez - feliz ao ver Arturia. Já imaginando o porquê da loira ter ido até a Academia, o homem lhe atirou um pergaminho, que a garota prontamente pegou no ar. Abriu o manuscrito, lendo-o com certa curiosidade. - Carteira? Pera aí, eu nunca fiz is.. - Antes de terminar a frase, o homem tacara uma bolsa azul em direção à garota, que pegou o objeto com dificuldade, devido ao fato do mesmo estar mais pesado do que aparentava. Balançou a bolsa por alguns instantes e notou um "chacoalhar" de papéis dentro da mesma. - Tudo isso é carta? Parece que eu te poupei de entregá-las.. - disse a loira, sentindo-se usada. Não tinha o direito de reclamar, afinal era uma simples Genin que estava a disposição para cumprir missões de baixa periculosidade que ninguém gostaria de fazer. Após um suspiro abafado, a garota se retirou. Tinha muitas cartas para entregar e, quanto antes começasse, melhor.

Tornou a andar pelo vilarejo, distribuindo carta de casa em casa. Felizmente, as correspondências estavam grafadas em ordem de distância a partir do vilarejo, e não em alfabética, o que facilitava a missão, vide o fato de Arturia não precisar se locomovendo de um local a outro e voltando. Apesar do peso da bolsa - cuja alça residia no pescoço da loira - a garota corria pelo vilarejo com ânimo. " Se eu terminar rápido, talvez possa fazer outra! " pensava, enquanto corria. Suor escorria pela sua pele, e o cabelo antes ajeitado e proporcional adquirira um aspecto mais agreste. Apesar disso, Arturia realizava suas funções com vontade, passando de casa em casa, entre os correios, colocando cartas e, muito raramente, um jornal ou outro. - Ih, a entrevista que eu fiz tá aqui. - disse, colocando o jornal em um dos correios.

A garganta de Arturia já estava seca na altura em que ela enfim terminara a missão. Apesar dos pesares, a garota agradecia aos céus por ter entregado cartas em uma época em que o vilarejo ainda estava em fase de crescimento populacional, não tendo atingido o máximo de seu potencial. Voltaria para Academia Ninja, tacando a bolsa azul de cartas (agora vazia, claro), em direção ao homem, apenas de "brincadeira" Pegaria a recompensa pela missão e enfim se retiraria.

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