[Missões C e D] Haru

Muito fiz antes de efetivamente começar a contribuir com a União do Fogo realizando as missões. Já estava mais do que na hora de começar a realizar as tarefas, afinal, é uma maneira direta dos ninjas contribuírem com os moradores. Portanto, dirigi-me à academia, e lá adentrei o local responsável por designar as missões de Rank mais baixo, ideais para os que estão iniciando sua vida no mundo ninja. Uma sala grande, janelas altas e uma enorme mesa com alguns representantes sentados — provavelmente os encarregados pela atribuição das missões. Aproximei-me com certa cautela, visando não causar uma má impressão, e com as bochechas levemente coradas me apresentei:

— C-com licença. Sou Haru Yamazaki, e gostaria de pegar minha primeira missão. — De forma meio encabulada, pedindo uma missão, com um olhar meio cabisbaixo por não saber muito bem como me portar diante das autoridades.

O homem olhou bem para mim, e então começou a vasculhar em suas pastas, até retirar uma ficha, da qual consegui apenas ver minha foto. Provavelmente ele estava vendo meu histórico e os meus dados para conferir minha graduação, e assim minha aptidão. O moço deu uma leve sorriso e respondeu:

— Clã Hōki, hein? Você não é aquela garota que participou do Exame Chunin? Corajosa... Pois bem, acho que está será uma boa para você. — Após uma série de perguntas retóricas, o oficial empurrou sobre a mesa em minha direção um papel. Pegando-o, virei-o e quando li constatei ser um pedido de ajuda. Basicamente, há um ninja ferido na guarita sul que precisa ser levado ao hospital da vila. Meu olhar levemente concretizou um tom de espanto, pois não sabendo a gravidade dos feridos, esse ninja precisa ser levado o mais rápido possível.

— Certo. Irei imediatamente. — Respondi, apressando-me para sair do local. Levando comigo o papel, pois nele continha o nome e o local certo para achar o ninja.

Não era muito distante dali, mas fui de forma ligeira, saltando por entre os telhados das casas e construções, fazendo uso das técnicas Shunshin no Jutsu, para aumentar minha velocidade, e Chakura Hōshutsu concentrando o Chakra nas solas dos meus pés com a finalidade de melhorar meu equilíbrio entre os saltos e possibilitar-me realizar escaladas. Dessa forma não demorei muito para chegar na guarita indicada pelo panfleto da missão.

Era um local pequeno, ao lado de uma das saídas dos portões da União. Não havia muito o que contemplar, apenas mantive minha pressa e cheguei ao oficial mais próximo falando sobre o ocorrido:

— Com licença, chamo-me Haru. — Apresentei-me, em seguida estendendo o folheto da missão para que o homem pudesse analisar melhor a situação, e então continuei: —  Sou uma kunoichi enviada pela União para cumprir o pedido de ajuda de um ninja que se encontra ferido. — Falei em um tom bastante determinado e direta ao ponto. Minha família, ou melhor, o clã do qual faço parte é tradicionalmente composto por médicos. Logo, eu sei muito bem que não se deve subestimar ferimentos, quiça quando são derivados de batalha. O homem apenas me encarou com um semblante meio assustado, analisou bem o folheto que eu segurava em sua direção e então rapidamente respondeu-me:

— Ah, claro. Já não era tempo, hein? O ninja está aqui dentro, venha. — Entrei junto ao homem dentro da guarita, os oficiais provavelmente o colocaram ali para abriga-lo até que alguém fosse mandado por intermédio do pedido. E pelo selo que o panfleto contém, certamente também foram eles quem enviaram o pedido. Bom, o ninja estava lá, estancando o sangue com suas duas mãos sobre o ferimento na parte do abdômen. Olhei para a cena dizendo: — O-ola, sou Haru e sou a kunoichi encarregada do caso. Venha, vou te ajudar a chegar ao hospital da União. — Tentei ao máximo ser simpática com o enfermo, que por sua vez encontrava-se com uma expressão nada tranquila. Os oficiais ajudaram-no a se levantar, enquanto que eu me dispus a apoiar seu braço sobre meu ombro para auxiliar sem sua caminhada., — Muito obrigada! Podem deixar que daqui eu assumo. Levarei-o ao hospital o mais rápido possível. — Falei para os oficiais pouco a pouco dando as costas para ali.

O ninja tratava-se de um garoto que aparentemente tem mais ou menos a minha idade. Ele tem cabelos negros e lisos, usando um penteado que deixa seus fios meio arrepiados; e olhos verdes, além de uma pele morena. Era bem bonito. Eu o ajudava a andar com seu braço escorado em meu ombro. Não tinha força suficiente para carrega-lo, então o máximo que eu poderia fazer naquele momento seria ter muita paciência em leva-lo andando.

— Conte-me, o que aconteceu com você? — Perguntei numa tentativa de entender melhor o ferimento do garoto.

— E-eu... fui realizar uma missão Rank C, sozinho, mas parece que ela acabou se tornando uma Rank B no caminho, quando fui abordado por dois ninjas. Apenas consegui fugir, mas um deles me acertou uma kunai... — O garoto respondeu-me com uma certa dificuldade, era perceptível que a dor do ferimento estava dificultando sua fala.

Achei melhor deixa-lo em silêncio e não fazer muitas perguntas, visto a situação em que ele se encontrava. Meu sentimento era de poder fazer algo a mais por ele. É como uma sensação de impotência. Apenas leva-lo ao hospital não era o suficiente para mim. Ainda mais vinda de uma família onde a maioria dos ninjas são médicos. Eu deveria conseguir ajuda-lo! Mas, também não posso me culpar dessa forma, afinal, ainda estou no começo da jornada, e sei que preciso estudar muito para entender das artes ninjas medicinais, Pois bem, o hospital não ficava muito longe dali, então logo chegaríamos.

Depois de alguns minutos andando com o ninja ferido, finalmente chegamos ao hospital. Entrei depressa, e de imediato alguns médicos nos avistaram e já foram pegando o ninja de mim. Não parece ser um ferimento tão grave. Creio que ele ficará bem. Ao sair, ouvi um sutil agradecimento dele, que correspondi com um sorriso.

Considerações:

Haru HP: 10 | CH: 10 | ST: 05

A luz adentrava o vão entre as janelas entreabertas da varanda, ofuscando minhas vistas ainda que de pálpebras fechadas. O brilho do amanhecer levava-me a acordar entre um bocejo, uma espreguiçada e por fim coçando levemente os olhos antes de abri-lhos por definitivo. Em movimentos pouco lentos, desvencilhava-me das cobertas pondo os pés sobre a textura frigida da madeira corrida do chão. Primeiro o direito, seguindo o esquerdo, através de passos meramente preguiçosos completaria o percurso da cama ao banheiro.

Ainda no início daquela rotina matinal, escovando os dentes fitando meu próprio reflexo no espelho, pensava sobre os feitos do dia anterior, quiçá semanas anteriores. Mas nesse dia em específico, ficaria por conta de outra tarefa cuja seria ofertada pela vila. A essa altura, como uma kunoichi, sinto-me na obrigação de contribuir com os afazeres da União do Fogo. Portanto, esse tipo de atividade é fundamental para manter a estabilidade da vila. Fora que, além de todo o altruísmo que pode estar contido nessas atitudes benéficas a União, as missões nos recompensam com dinheiro e experiência. Dessa forma, motivos não faltam para instigar nós, ninjas, a contribuírem com tal feito.  

Trajei minhas roupas corriqueiras, algo simplório e condizente com as atividades a serem realizadas: um colete cropped, de cor roxa e lilás; uma blusa preta, regata de gola alta e barra redonda; um par de luvas pretas; um shortinho roxo; e uma bota preta de cano longo até os joelhos; além da minha bolsa de armamentos presa na lombar, junto a Tantō, dada por Yume, presa em minha cintura.

Pronta, desci as escadas de casa indo em direção a cozinha, onde tomei meu café da manhã. Estava sozinha, mas esse era o comum de acontecer, pois meus pais saem logo cedo. Enfim, logo após terminar de comer, saí de casa rumando à Academia da União do Fogo.

Chegando no órgão da União responsável por designar missões, adentrei a sala. Já foi minha segunda vez no lugar, então não tive surpresas ao entrar no local. Lá, fui em direção ao oficial, que estava sentado em uma mesa com diversas papeladas a sua frente. Aproximando-me, falei:

— Olá, com licença. Sou Haru, e gostaria de uma missão. — Falei em tom convicto se comparado ao de minha primeira vez. Era engraçado pensar o quanto eu temia pedir por uma missão. Por fim, o homem olhou-me rapidamente, e de forma ligeira folheou os papéis e alguns pergaminhos parecendo estar procurando algo. Até que ao retirar um panfleto entregou-o a mim, dizendo: — Haru, não é? Tome aqui. Acredito ser algo bem simples e fácil de executar, acha que da conta?

Recebi o papel que continha os dados da missão. Analisei-o atentamente procurando observar bem o que eu deveria fazer. Após uma leitura rápida, vi que se tratava-se de uma missão de Rank C, com o objetivo de encontrar ingredientes para uma receita. A princípio parece algo fácil. — Acredito que sim. Irei agora mesmo. — Recolhi  tarefa em mãos e saí da sala. Minha primeira parada seria no local indicado pelo cliente da missão. Lá provavelmente terei mais informações a respeito.


Depois de uma caminhada não muito longa, cheguei a uma padaria de grande porta. Adentrei-a já procurando um de seus funcionários. Logo com a senhora que se encontrava no caixa, conversei mostrando a missão.  — Olá, sou Haru. E fui a kunoichi enviada para realizar o pedido de missão desta padaria.

— Ah, claro. Venha comigo. — A mulher encaminhou-me ao padeiro, também dono da padaria. Adentrei algumas salas da panificadora, levando-me a sua cozinha, e lá, um senhor sorriu já percebendo do que tratava-se minha visita. — Eles mandaram rápido dessa vez. Olá. Pois bem, eu preciso de uma erva dessas. — Disse mostrando-me um pote quase vazio. — É basicamente orégano, mas apenas os colhidos no bosque da vila portuária do sul oferecem o sabor tradicional da padaria.

— Pode deixar, irei colher algumas dessas ervas. — Sorri, pegando o pote mostrado pelo homem e saindo do local. Assim como indicado pelo cliente da missão, segui rumo a vila portuária do sul.


Não foi uma viagem tão difícil, pelo contrário, haviam muitas sinalizações de placas revelando o trajeto para a vila portuário indicada pelo cliente da missão. Estando lá, não perdi tempo, procurei me informar com moradores locais onde poderia encontrar aquela erva. Provavelmente as pessoas dali já haviam visto o orégano especial, quiçá fosse até uma especiaria da região. Andei por um bom tempo até então encontrar alguém com quem pudesse conversar.

— C-com licença. Gostaria de saber onde posso achar mais destas ervas. — Perguntava indicando o pote com poucas ervas.

— Olá. Hm... isso é orégano, né? Você pode colher no bosque que fica naquela direção. — O homem respondeu apontando para o leste.

— Ah, muito obrigada. — Agradeci indo na direção apontada.


Após alguns minutos de caminhada, deparei-me com vários arbustos e árvores. Era de fato um lindo bosque, que transpassava uma brisa bastante calma. Sem delongas, procurei a erva em questão e pelos meus conhecimentos de Botânica já sabia se tratar de uma planta rasteira. Com os olhares atentos ao chão, não demorou muito para que eu achasse a erva. Usando da Tantō, cortei com cuidado para colher quantidade suficiente para encher o pote do cliente; tarefa que para mim foi bem fácil, afinal é basicamente o que eu já tinha feito junto a Ken.

Terminada a tarefa ali, tomei rumo pelo mesmo caminho que vim, voltando para a União do Fogo, mais precisamente a padaria do cliente.


Chegando à padaria, levei o pote e entreguei-o em mãos ao padeiro.

— Aqui está, as ervas de orégano!— Falei esbanjando um singelo sorriso por ter êxito na tarefa.

— Nossa, você foi rápida, pensei que fosse aparecer outro dia só. Pois bem, muito obrigado! Agora poderei preparar as receitas da casa com ele. — O homem respondeu de forma bastante contente.

Antes que eu pudesse sair, aquela mesma senhora que ficava no caixa me entregou algo enrolado em papel alumínio. Abri-o e pude ver um pequeno pãozinho de formato redondo, e um cheiro de orégano sem igual. Não aguentei e o comi, realmente o melhor que já provei.

Considerações:

Haru HP: 10 | CH: 11 | ST: 05

Despertava logo cedo. Passando as mãos pelos cabelos, dedilhando os fios a fim de desembaraça-los. Começava um novo dia, enquanto que eu sairia de debaixo das cobertas para começar a minha rotina do dia a dia. Escovei os dentes, arrumei meus cabelos e trajei minhas roupas e equipamentos corriqueiros de kunoichi: um colete cropped, de cor roxa e lilás; uma blusa preta, regata de gola alta e barra redonda; um par de luvas pretas; um shortinho roxo; e uma bota preta de cano longo até os joelhos; além da minha bolsa de armamentos presa na lombar, junto a Tantō, dada por Yume, presa em minha cintura.

Desci rapidamente as escadas de casa chegando à cozinha, onde preparei rapidamente um café da manhã para comer antes de sair. Alguns biscoitos com leite quente foram uma boa pedida devido a praticidade que eu queria. Assim, pronta, sairia de casa e iria rumo a academia ninja da União do Fogo. Pois hoje irei realizar mais uma missão, como de praxe para fazer minha parte como ninja contribuindo com a União.


Cheguei à sala onde encontraria o homem cuja função era de entregar as missões. Aquela cena começava a ficar cada vez mais habitual na minha rotina. Mais uma vez, apresentei-me:

— Olá, com licença. Sou Haru, e gostaria de uma missão. — Talvez da próxima vez que eu aparecesse aqui não seja mais tão interessante apresentar-me assim, dizendo o meu nome. Por outro lado, há tantos ninjas que transitam aqui que talvez ele não consiga associar o nome de todos.

— Vejamos... tem esse pedido aqui que chegou recentemente. — O homem respondeu-me estendendo um panfleto em minha direção, após mexer um pouco em sua papelada.

Peguei aquela missão, agradecendo e logo dando as costas para realiza-la. Enquanto no caminho, li o papel atentamente. Em suma, tratava-se de uma missão para ajudar uma senhora a podar as plantas de seu jardim. Acreditava que não seria uma tarefa difícil, muito pelo contrário, pois já tenho uma boa prática com esse tipo de tarefa.


Chegando a casa indicada pela missão, deparei-me com a residência simples. Bati na porta duas vezes e esperei ser atendida. Uma senhora logo abriu a porta e recebeu-me de bom grado em sua casa. Mostrei o pedido de missão e acabei por arrancar um sorriso da mesma. Então, fui até o seu jardim.

Com o auxilio de minha Tantō comecei a cortar os galhos sobressalentes, atentando-me para não prejudicar a vida daquelas plantas. Assim como mencionado anteriormente, não era uma tarefa difícil para mim. Por conta de tarefas anteriores e dos ensinamentos de Ken, podar aquelas folhagens estava sendo deveras fácil.

Um tempo passou e sem muitos problemas terminei de executar a missão, retirando todo o excesso dos arbustos que compunham o jardim da senhora. Reuni dentro de uma cestinha todos os galhos e folhagens retirados. E então entreguei para a senhora, que com muita felicidade agradeceu-me por realizar sua tarefa.

Então, tendo feito a missão, retornaria para pegar minha recompensa e ir para casa.

Considerações:

Haru HP: 10 | CH: 12 | ST: 05